02/02/2011

Palestra WGSN

Essa semana teve uma palestra muito legal do WGSN no Iguatemi. Não pude ir, mas assim que acabou a loja encheu de gente que tinha acabado de sair de lá, perguntei pra algumas delas o que elas tinham achado, a maioria gostou, principalmente das palestras das editoras do site em Londres. 
A WGSN é uma empresa que sempre me deixou muito curiosa, e eu adoraria trabalhar lá, acho o trabalho deles o máximo!
Enfim, o site da revista Marie Claire postou uma entrevista com as duas, achei muito interessante. 
Vale a pena ler!
Mafe
Quando o assunto é prever o que está por vir, as duas moças acima falam com propriedade. Diretoras do WGSN, a agência que pesquisa tendências de moda e cultura no mundo todo, elas respondem por dossiês completos sobre o que está entrando no buzz, surfando nele e caindo. Durante a SPFW, a canadense Juliet Warkentin, editora geral de conteúdo do site, e Francesca Muston, diretora da seção What’s In Store, estão no Brasil para falar – é claro – de tendências e fazer funcionar seus radares. Na terça-feira (1), Juliet apresentou macro tendências em palestra no Iguatemi, em São Paulo, para um público de editoras e profissionais da moda. Para o verão 2012 (nosso verão 2013), ela indicou:
Primal futurism: a volta ao primitivo inclui uma estética ”crua”, com tratamentos tecnológicos e releituras atuais.
Cinematic: ligada à estética do cinema, a tendência tem cores de pôr-do-sol, uma aura nostálgica e uma historinha a ser contada.
JPEG Gen: é a hora e a vez da bricolagem virtual. Tem a ver com internet, com velocidade tecnológica e com reutilizar imagens de maneira criativa.
Conversamos com Juliet e Francesca sobre o que nos espera no futuro próximo.  Confira:
MC – Que tendência está em queda hoje?
Francesca -
 Juliet me fez escolher algo para “assassinar” em uma apresentação recente e eu escolhi os ombros marcados. Eu diria que eles estão caindo, mas, ao mesmo tempo, vimos muitos deles por aqui, ainda que com alguma diferença. Agora já os vejo como parte de uma silhueta mais estruturada e não o típico “power shoulder” de antes.
MC – Por que a Jpeg Gen é uma tendência que combina com o Brasil?
Juliet -
 Porque há muitas características dela aqui. Os brasileiros estão acostumados a fazer mil coisas ao mesmo tempo, são conectados 24 horas por dia e sabem captar o que acontece no mundo para criar algo novo e com a sua cara. Uma prova disso é que falamos de tendências no mundo inteiro e aqui no Brasil somos questionadas sobre o conceito, enquanto outros países querem saber a cor, a peça em que devem apostar. Por isso, e porque a Jpeg Gen tem uma ligação muito forte com o grafismo, que é incrível aqui, estou muito curiosa para ver o que vai sair do Brasil nos próximos anos.
MC – Como vocês veem as pessoas trabalhando num futuro próximo?
Juliet -
 Vejo, realmente, uma tendência de se trabalhar mais em casa ou perto de casa. Isso tem a ver com o que falávamos antes, de as pessoas precisarem conectar-se com esse ser primitivo que há em nós e com a Terra. As empresas estão mudando nesse sentido. A IBM, por exemplo, contrata o seu pessoal e permite que escolham o lugar onde querem viver. Qualquer lugar. Isso é possível hoje. Agora mesmo, enquanto você me pergunta isso, recebo um email de atualizações da China e outro da Índia. No WGSN, nos encontramos fisicamente duas vezes ao ano na sede, em Londres, mas trabalhamos conectados todo o resto do tempo.
MC – O que chama a atenção de vocês aqui no Brasil?
Juliet -
 O varejo. Realmente adoramos as lojas brasileiras e seu ambiente. Gostei muito do espaço da Adriana Barra e da Farm. O acolhimento nas lojas é muito atencioso, porque vocês são assim em geral.Francesca - Eu acredito que isso se reflete no ambiente das lojas. Andei pela Vila Madalena e vi que tudo é bem pensado: os provadores são grandes, a iluminação é ótima e sempre há um lugar para se sentar. Vi até mesmo jardins, plantas e aromatização. Se alguém me perguntar onde se inspirar para desenhar o interior de uma loja, eu definitivamente indicaria o Brasil.
MC – Sustentabilidade: essa moda pega?
Francesca -
 Acredito que sim. Já há grandes marcas dando passos importantes – a Walmart é uma delas.Vejo também ações no setor do denim, mudanças na produção de algodão. Aos poucos, as marcas estão preocupadas com o processo todo da sua fabricação e um pouco por medo mesmo, porque quando uma história negativa vem à tona, isso pega muito, muito mal. Há pequenas atitudes também. Em Londres, por exemplo, uma loja decidiu apagar as luzes de sua vitrine à noite para economizar energia. Ao mesmo tempo, colocaram um interruptor ao lado do vidro para o cliente que quisesse ver as roupas.
MC – No Brasil, apesar de a sustentabilidade estar em pauta, ainda se vê um comportamento consumidor voraz, do tipo “tudo o que conseguir comprar”, em parte por conquistas recentes.
Francesca – Sim, e é impressionante a quantidade de roupas que é jogada no lixo a cada ano. Mas, ao mesmo tempo, as pessoas hoje pensam sobre isso. Acho que a crise mundial ajudou a criar um novo pensamento. Como as pessoas não podiam mais renovar seus guarda-roupas inteiros de uma temporada à outra, passaram a retulizar peças, fazer novos looks com as peças de temporadas passadas.
MC – Onde encontrar as pessoas que vão ditar o comportamento de amanhã?
Juliet -
 Em todos os lugares. Essas pessoas não pertencem a um grupo, a uma tribo específica. Onde quer que alguém faça algo criativo, que comece algo novo, nós vamos captá-lo no seu estágio inicial e acompanhar sua evolução. Mas essa pessoa pode ser tanto um artista plástico como qualquer outra pessoa.
Por Letícia González

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